Ago - 21 - 2014

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Mais uma vez  a polícia é utilizada de forma a política pela reitoria da USP  em concordância com governo Alckmin para reprimir os trabalhadores, estudantes e professores em greve a mais de 80 dias. Esta claro que a greve incomoda e que tem ganhado força no interior da universidade e tem ganhado fôlego na denúncia para a população sobre quais mãos tem desmantelado a universidade.

Manifestantes fazem passeata em direção ao Palácio dos Bandeirantes sede do governo estadual paulista

Manifestantes fazem passeata em direção ao Palácio dos Bandeirantes sede do governo estadual paulista

Em nota a própria Polícia Militar disse que foi chamada pelo reitor da USP, Zago, por sua vez, se cala diante do movimento e se recusa a negociar com os trabalhadores sobre o “reajuste de 0%” , corte de verbas de quase 50% das bolsa de pesquisas e assistência estudantil -que já são ínfimas diante da demanda- além da desvinculação do Hospital Universitário (H.U) que é o único que atende a anos a população da região.

Antes das 5hs da manhã a polícia já estava preparada para impedir mais um dia de mobilização e reivindicações, os trabalhadores com os estudantes trancaram os 3 portões em mais uma tentativa de pressionar o reitor a negociar e frear os cortes e seu projeto privatista. A polícia de forma ardilosa e como sempre violenta atirou balas de borracha contra a cabeça dos manifestantes, dezenas e dezenas de bombas de gás lacrimogênio contra tudo e todos, tivemos diversos feridos, fomos perseguidos pelas ruas ao entorno da USP, a polícia sem nenhum respeito a manifestação e a população que aquela hora ia para trabalho jogavam gás lacrimogênio a ermo, diversas pessoas passavam mal dentro dos ônibus e nos carros e comércio.

A reitoria não tem saída a não ser negociar!

Esta é mais uma ação desesperado do reitor, que agora quer judicializar a greve, explicamos: o reitor entrou com uma medida legal de transferência do poder de decisão sobre a greve, ou seja, que a justiça decida sobre a greve, o mesmo ocorreu com a greve dos trabalhadores do metrô, que tiveram sua greve considerada ilegal, e logo depois foram “justificadas” dezenas de demissões, não podemos permitir que isso se repetir com os trabalhadores da USP. Este artifício é inédito na história da universidade e coloca este reitor no hall dos reitores mais intransigentes, e também indica que as burocracias e patrões tem se fortalecido, em alguns casos, com ajuda da justiça burguesa.

A permanência da polícia ou envio de mais forças repressivas como a Tropa de Choque à USP ao contrário da justificativa de segurança da reitoria, ou de garantir o direito de ir e vir das pessoas, a polícia, assim como, na periferia só aparece quando é para desocupar, vigiar e reprimir de toda forma. Na USP tem o intuito mais que sabido de barrar as ação independentes dentro da universidade, por isso estudantes e trabalhadores são contra o convênio PM-USP, que continua sendo os olhos e o cacetete do governo estadual e da reitoria, levando sempre a perseguições políticas que lembram os períodos de anos de chumbo.

Esta luta é em defesa da educação e do funcionalismo público

Reitoria da USP coordenada com governo estadual quer dar um passo ainda mais largo no sucateamento da universidade para então privatiza-la. Esta crise orçamentária é deliberada e vem sido construida ao longo dos anos e gestões. Ela é fruto de uma verdadeira casta burocrática que funciona de modo autônoma em relação ao restante da USP, é sistemático a forma como as decisões mais significativas da universidade são tomadas, como a que ocorre hoje sobre a desvinculação do Hospital Universitário, que esta a pleno vapor e tem sido levada a cabo por esta casta com o governo pelas costas do trabalhadores, professores estudantes e sociedade civil. Outro fator é que grande parte do dinheiro que hoje faz falta foram utilizados em obras faraônicas e sem nenhuma urgência, e por meio de licitações duvidosas, compra de imóveis fora da universidade sem esclarecimento é a coisa mais comum.

Esta casta é a única responsável pela crise na universidade. A história que  apresentam que a folha de pagamento corresponde ao patamar de 105% do orçamento é uma grande falácia, por várias razões. A USP nos últimos anos triplicou de tamanha mas comparativamente contratou menos funcionários e seu orçamento continua o mesmo, e as gestões nunca se ocuparam em cobrar por reajuste ou correção da verba destinada a universidade. A USP Leste é uma demonstração disso, uma expansão sem qualidade de infraestrutura, e sem investimento ou luta por recursos para a mesma pela gestão responsável.

Que a burocracia e governo paguem pela crise

Enquanto isso, Alckmin se deu um aumento de mais de 10% em seu próprio salário e o reitor da USP que não fica atrás recebe mais que o governador cerca de 26,000,00 mil reaisa reitoria com seus comparsas pensam em cobrar mensalidades ou anuidades aos estudantes, corta bolsas de pesquisa e assistência estudantil em quase 50% corta o ponto de salários dos grevistas e propõe diminuir ainda mais o quadro de funcionários, por meio de Programa de demissão voluntaria (PDV), e a demissão gradual de mais 3 mil trabalhadores do H.U, o total chega a mais de 6 mil demissões, além da absurda entrega do H.U sem nenhuma discussão, ao estado e a iniciativa privada.

Esta luta é de todos!

A greve na USP tem que vencer! Avancemos nos esforços de massificar e sair cada vez mais da comunidade universitária para a população. Temos que começar uma campanha para incorporar os demais trabalhadores e movimento sociais para a realização de atos conjuntos contra este governo que ataca a saúde, educação, moradia, precariza o abastecimento de agua e ataca os trabalhadores de todos os setores e os mais pobres sempre que pode.

Para isso propomos que a saída é uma assembleia geral e deliberativa dos três setores em greve, somente a mais estreita unidade pode barrar este projeto, mostremos aos burocratas encastelados e ao governador quem decide sobre os rumos da universidade diante deste ataque histórico a educação e ao serviço público.

Práxis - Socialismo ou Barbárie, 20/08/2014

Categoría: Movimiento obrero, Português