Ago - 25 - 2014

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Historicamente a polícia é utilizada de forma política para manter a “ordem” leia–se os interesses da classe dominante e das burocracias. Na USP não é diferente e em concordância com governo Alckmin a polícia vem a universidade reprimir os trabalhadores, estudantes e professores em greve a mais de 90 dias. Esta claro, que a greve incomoda e que tem ganhado força no interior da universidade e tem ganhado fôlego com novos cursos entrando em greve, como a Medicina, por exemplo, e na denúncia para a população sobre quais mãos tem desmantelado a universidade.

A polícia vem a universidade reprimir os trabalhadores, estudantes e professores em greve a mais de 90 dias

A polícia vem a universidade reprimir os trabalhadores, estudantes e professores em greve a mais de 90 dias

A Polícia Militar diz que sempre é acionada pelo reitor da USP, Zago por sua vez, se cala diante do movimento grevista e se recusa a negociar,ou se quer, falar com o movimento sobre o “reajuste de 0%”, corte de verbas de quase 50% das bolsa de pesquisas e assistência estudantil –que já são ínfimas diante da demanda– e da desvinculação do Hospital Universitário (H.U) o único que atende a anos a população da região.

Há muitos motivos para continuidade da luta!

Mas na surdina, ou pela madrugada a reitoria e o governador manda a polícia utilizar todo o seu aparato repressivo para tentar impedir a mobilização e calar as reivindicações, dos trabalhadores, estudantes e professores. No início da semana foi a brutal repressão contra o trancaço dos 3 portões, uma tentativa pacífica de denunciar os cortes e o projeto privatista que esta em curso, e pressionar o reitor e governador. Nesta ação a polícia de forma ardilosa e como sempre violenta, atirou balas de borracha contra a cabeça dos manifestantes, dezenas e dezenas de bombas de gás lacrimogênio contra tudo e todos, tivemos diversos feridos, fomos perseguidos pelas ruas ao entorno da USP, a polícia sem nenhum respeito a manifestação e a população, que aquela hora ia para trabalho, jogavam gás lacrimogênio a ermo, diversas pessoas passavam mal dentro dos ônibus e nos carros e comércio. Ao ver que mesmo diante desta repressão, o movimento resiste, neste domingo dia 24 a polícia voltou para cumprir a reintegração de posse da reitoria que tinha seu exterior ocupado pelos trabalhadores e estudantes.

A reitoria não tem saída a não ser negociar!

Estas são mais uma das demonstrações de desespero do reitor, que já tentou, inclusive, judicializar a greve, explicamos: o reitor entrou com uma medida legal de transferência do poder de decisão sobre a greve, ou seja, que a justiça decida sobre ela, o mesmo ocorreu com a greve dos trabalhadores do metrô, que tiveram sua greve considerada ilegal, e logo depois, foram “justificadas” dezenas de demissões, a justiça negou o pedido de Zago e agora ela amarga novamente a pressão de ter que negociar com o movimento, no entanto, não podemos confiar na “justiça” não podemos esperar por ela e nem permitir que o que ocorreu no metrô se repita com os trabalhadores da USP. Este artifício de judicialização de greve é inédito na história da universidade e coloca este reitor no hall dos reitores mais intransigentes, e também indica que as burocracias e patrões tem mudado suas táticas e se fortalecido, em alguns casos, com ajuda da justiça burguesa.

A permanência da polícia ou envio de mais forças repressivas, como a Tropa de Choque, à USP ao contrário da justificativa de segurança da reitoria, de garantir o direito de ir e vir das pessoas, é um ataque a todas e todos lutadores e a defesa das garantia de democráticas mais básicas. A polícia na USP, assim como, na periferia só aparece quando é para desocupar, vigiar e reprimir de toda forma. Na USP ela tem o intuito mais que sabido de barrar as ação independentes dentro da universidade, por isso estudantes e trabalhadores são contra o convênio PM–USP, que continua sendo os olhos e o cacetete do governo estadual e da reitoria, levando sempre, a perseguições políticas as lutadoras e lutadores e levando sempre a lembrança dos períodos de anos de chumbo.

Esta luta é em defesa da educação e do funcionalismo público

Reitoria da USP coordenada pelo governo estadual quer dar um passo ainda mais largo no sucateamento da universidade para então privatiza–la. Esta crise orçamentária é deliberada e vem sido construida ao longo dos anos e gestões. Ela é fruto de uma verdadeira casta burocrática que funciona de modo autônoma em relação ao restante da USP, é sistemático a forma como as decisões mais significativas da universidade são tomadas, como a que ocorre hoje sobre a desvinculação do Hospital Universitário, que esta a pleno vapor e tem sido levada a cabo por esta casta com o governo pelas costas do trabalhadores, professores estudantes e sociedade civil. Outro fator é que grande parte do dinheiro que hoje faz falta foram utilizados em obras faraônicas e sem nenhuma urgência, e por meio de licitações duvidosas, compra de imóveis fora da universidade sem esclarecimento é a coisa mais comum.

Esta casta é a única responsável pela crise na universidade. A história que apresentam que a folha de pagamento corresponde ao patamar de 105% do orçamento é uma grande falácia, por várias razões. A USP nos últimos anos triplicou de tamanha mas comparativamente contratou menos funcionários e seu orçamento continua o mesmo, e as gestões nunca se ocuparam em cobrar por reajuste ou correção da verba destinada a universidade. A USP Leste é uma demonstração disso, uma expansão sem qualidade de infraestrutura, e sem investimento ou luta por recursos para a mesma pela gestão responsável.

Que a burocracia e governo paguem pela crise

Enquanto isso, Alckmin se deu um aumento de mais de 10% em seu próprio salário e o reitor da USP que não fica atrás recebe mais que o governador cerca de 26,000,00 mil reais a reitoria com seus comparsas pensam em cobrar mensalidades ou anuidades aos estudantes, corta bolsas de pesquisa e assistência estudantil em quase 50% corta o ponto de salários dos grevistas e propõe diminuir ainda mais o quadro de funcionários, por meio de Programa de demissão voluntaria (PDV), e a demissão gradual de mais 3 mil trabalhadores do H.U, o total chega a mais de 6 mil demissões, além da absurda entrega do H.U sem nenhuma discussão, ao estado e a iniciativa privada.

Mais do nunca esta luta é de todas e todos!

A greve na USP tem que vencer! Avancemos nos esforços de massificar e sair cada vez mais da comunidade universitária para a população. Temos que começar uma campanha para incorporar os demais trabalhadores e movimento sociais para a realização de atos conjuntos contra este governo que ataca a saúde, educação, moradia, precariza o abastecimento de água, rouba dos transporte e educação e ataca os trabalhadores de todos os setores, e os mais pobres sempre que pode.

Para isso, propomos que a saída é mais completa unidade com setores combativos contra este ataque a educação, saúde e o funcionalismo público, e por fim, uma assembleia geral e deliberativa dos três setores em greve, somente a mais estreita unidade pode barrar este projeto, mostremos aos burocratas encastelados e ao governador quem decide sobre os rumos da universidade. Esta é a repsosta que temos que dar diante deste ataque histórico aos serviçose trabalho público.

Práxis – Socialismo ou Barbárie, 25/08/2014

Categoría: Movimiento obrero, Português