Oct - 18 - 2015

Junho de 2013 abriu o processo que desembocou no que podemos denominar hoje como colapso do “Lulismo” enquanto forma eficiente de hegemonia da classe dominante sobre os explorados e oprimidos.

A partir de então se abriu uma encarniçada disputa entre setores da burguesia pela gerência dos planos de austeridade.

Entendemos que o PSOL, partido que diante da falência do PT atrai as atenções de amplos setores de lutadores, pode vencer o desafio de dar respostas. Para isso é necessário que além das movimentações parlamentares seja protagonista como partido da luta nas ruas contra os ajustes e pela construção de uma alternativa socialista para a crise.

Tal situação política coloca a necessidade de confluência dos movimentos sociais no sentido da construção de uma frente de luta unitária, sindical e popular, contra os planos de austeridade, por garantia de emprego, pelo resgate dos direitos trabalhistas e contra o aumento do custo de vida, principalmente.

Essa é a base inicial para uma organização política que, catalisando as demandas das ruas, possa se credencie como um instrumento político da classe trabalhadora capaz de, junto as lutas dos trabalhadores, contribuir de forma decisiva para a construção de um amplo movimento socialista.

Levando em consideração o colocado, Socialismo ou Barbárie-Brasil solicita o ingresso ao PSOL com o objetivo de contribuir com esse esforço de construção desse partido como um instrumento de luta em defesa dos interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora.

Abaixo divulgamos a carta dos companheiros da LSR – corrente interna do PSOL – que em um gesto político democrático defende abertamente o nosso ingresso e das demais correntes socialistas que pleiteiam ingresso nesse partido.

Nota da LSR em apoio ao ingresso do “Socialismo ou Barbárie” no PSOL

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) nasceu para ser um instrumento de unificação e recomposição da esquerda socialista no Brasil.

Onze anos depois do Encontro Nacional que lançou o partido (julho de 2004) e dez anos da conquista do registro legal (setembro de 2005), o PSOL é um protagonista pela esquerda no cenário político brasileiro.

Representa a esperança de milhões de trabalhadores que votaram em Luciana Genro em 2014 e outros milhões que tiraram conclusões da experiência mais recente de traição de Dilma e do PT e que, ao mesmo tempo, rejeitam a velha e carcomida direita de tucanos e assemelhados.

São milhões de jovens e trabalhadores que rejeitam o ajuste fiscal de Dilma e dos governadores de todos os partidos e a pauta conservadora, antidemocrática, machista, LGBTfóbica que emerge do poder legislativo com a conivência e estimulo do executivo.

Para cumprir seu papel histórico, o PSOL não deve dar mais nenhum passo atrás em relação ao projeto de sua fundação. O PSOL nasceu como um partido socialista, defensor da independência de classe e oposição de esquerda em relação aos governos do PT e da velha direita.

Nasceu também como um espaço comum de debate e ação de todos e todas que se colocam no campo da esquerda socialista.

Não cabem no PSOL os trânsfugas oportunistas de partidos falidos que só querem uma maquiagem nova para esconder sua verdadeira face de defensores do regime e do sistema.

Cabem no PSOL, porém, todos os socialistas e lutadores da classe trabalhadora contra os governos e patrões. Inclusive aqueles que no passado tomaram posições equivocadas em relação ao próprio PSOL e que hoje realizam um balanço honesto e apontam um novo caminho de unidade na diversidade.

A corrente LSR – Liberdade, Socialismo e Revolução, apoia o ingresso no PSOL de todas as correntes e agrupamentos de esquerda que se coloquem no campo da independência de classe e do socialismo. Mesmo aquelas com quem possamos ter diferenças políticas. Apostamos no debate e na experiência comum para a construção de uma síntese política superior a todos nós.

Por essa razão, diante da solicitação dos companheiros e companheiras do agrupamento “Socialismo ou Barbárie” de reingresso ao PSOL, só podemos defender com ênfase que o partido os acolha de forma democrática e coerente com seu caráter e princípios.

O fato de muitos desses militantes, anteriormente organizados como grupo Práxis, terem sido fundadores do PSOL e terem jogado um papel importante na própria campanha pela legalização do partido e hoje estarem corretamente optando por retornar ao PSOL, só deixa mais clara a necessidade de que sejam bem recebidos.

Recentemente vimos como algumas figuras públicas que se utilizaram de forma oportunista do PSOL e que hoje deixam o partido em direção a alternativas burguesas, foram tratadas por setores da direção de forma complacente e irresponsavelmente conivente. Os casos mais notórios (mas não únicos) nessa situação foram do senador Randolfe e do prefeito de Macapá Clécio Luis.

Ao mesmo tempo em que apontamos esse erro de forma clara, reiteramos que não aceitaremos que no caso de socialistas autênticos o tratamento seja burocrático, de tergiversação e antidemocrático.

Chamamos o conjunto dos e das militantes do PSOL a receber os e as militantes do “Socialismo ou Barbárie” nas fileiras do PSOL, sempre na perspectiva da construção de um partido ao mesmo tempo plural e democrático sem deixar de ser firme, claro e coerente na política e nos princípios. Um partido socialista para a nova época da luta de classes que se abre.

Comitê Executivo da corrente LSR,

Liberdade, Socialismo e Revolução

16 de outubro de 2015

Socialismo ou Barbárie Brasil, 16/10/15

Categoría: Português