Brasil

Pela readmissão imediata de Claudionor Brandão

Por Antonio Carlos Soler
Práxis, 17/12/08

A crise econômica começa a ser sentida de várias formas pelos trabalhadores no Brasil e no mundo. Só nos EUA 500 mil trabalhadores perderam os seus empregos, a previsão da ONU é mais 20 milhões demissões em 2009.

Diante da crise histórica do capitalismo, para manter suas margens de lucro, a burguesia e o seu Estado atacam sistematicamente os trabalhadores, suas organizações e seus representantes.

Mas estes já começam a dar sinais de que não vão aceitar passivamente as políticas anticrise da classe dominante, ou seja, várias formas de resistência estão sendo desenvolvidas em todo o planeta, tais como greves, ocupações, atos etc.

É dentro deste contexto de agudização da luta de classes que se insere a demissão de Claudionor Brandão, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo (SINTUSP) e militante da Liga Estratégia Revolucionária (LER–QI).

O companheiro foi eleito em 2007 e tinha estabilidade sindical garantidas por lei, assim a sua demissão foi perpetrada por "justa causa", sob a grave acusação de "faltas graves", como, por exemplo, dirigir piquetes e paralisações nas greves de 2005 e 2006.

Esta demissão no período de férias dos estudantes e recesso dos trabalhadores é parte de uma estratégia mais ampla de ameaças, demissões e até execuções, como a dos três companheiros da C–Cura (Central sindical opositora ao governo de Hugo Chaves) que foram assassinados depois de encabeçar uma mobilização de resistência e enfrentamento com a patronal e a polícia.

Brandão foi demitido porque a reitoria da USP – aríete do governador José Serra do PSDB – precisa criar melhores condições para dar continuidade a outras ofensivas contra a universidade pública no Estado de São Paulo – pois, a ocupação da reitoria, com duração de 51 dias em 2007, colocou concretamente para os trabalhadores e estudantes desta que com luta é possível resistir – por isso o ataque às lideranças dos trabalhadores.

É importante atentar para o fato que esta demissão de uma liderança sindical e política é apenas a ponta do iceberg, ou seja, uma série de outros processos políticos está se avolumando e sendo preparados para efetivar o afastamento de suas bases de outras lideranças com o objetivo de dificultar a resistência dos trabalhadores.

Assim, o Práxis como parte da Corrente Internacional Socialismo ou Barbárie se solidariza  integralmente com a  campanha pela readmissão imediata de Claudionor Brandão, como uma das formas de resistir à ofensiva contra os ataques às lideranças combativas da nossa classe para que, também, neste momento de crise sistêmica do capitalismo, a classe trabalhadora possa ir para além das lutas de resistência imediata e incorporem a luta contra o capitalismo e a construção do socialismo como bandeiras cotidianas.