Universidade de
São Paulo (USP)

Direito à permanência estudantil e a livre organização política!

Todos em defesa das lutas na USP
e da retomada do bloco G!

Práxis-USP, 07/07/11

O primeiro semestre na universidade de são Paulo foi marcado pela ofensiva da reitoria e das forças que defendem o autoritarismo, a elitização e a privatização da universidade. A reitoria, na figura de Grandino Rodas, conhecido acadêmico e advogado a serviço das forças reacionárias do Estado de São Paulo, desenvolve um pacote de medidas que passa pela demissão de centenas de trabalhadores; precarização das condições de trabalho; ataques sistemáticos a espaços autônomos dos estudantes e dos trabalhadores; implementação da UNIVESP; perseguição política, através de ataques aos setores mais combativos; descentralização administrativa, com a retirada de setores-chave da Cidade Universitária como a reitoria; além do absurdo projeto da Nova ECA, com o claro intuito de criar condições mais favoráveis para o projeto de controle absoluto da burocracia - e tudo o que isso significa - na universidade.

No entanto, nem tudo são flores para Rodas. No semestre passado as trabalhadoras terceirizadas da limpeza, diante do atraso de mais de dois meses nos salários, estiveram à frente da resistência à política de Rodas, protagonizando uma greve que polarizou a situação. Uma séria de ações radicalizadas com o apoio de muitos estudantes - é evidente que a direção pelega do DCE (PSoL) não teve nenhum papel de destaque no apoio dessa luta - foi feita com o objetivo de assegurar os salários atrasados e a efetivação no emprego.

Esse movimento possibilitou que os salários fossem pagos, garantindo a sobrevivência mais imediata das trabalhadoras, mas, pelo isolamento do movimento e a atual conjuntura política que vive a USP, não conseguiu efetivação no trabalho, conquista que depende de um combate mais generalizado à política de terceirização na universidade.

Os estudantes vivem na USP uma situação dramática, como parte da situação estrutural e da política mais geral de elitização da universidade, em relação à permanência estudantil.

A moradia estudantil, que sempre foi fruto da mobilização e da luta direta dos estudantes, é condição decisiva - associada a outras condições de estudo - para que os estudantes de origem proletária, após enfrentar o injusto filtro social que é o vestibular, possam continuar seus estudos na universidade. Dando continuidade a esta tradição de resistência há mais de um ano, os estudantes retomaram o térreo do Bloco G da burocracia da COSEAS que já havia sido utilizado para fins de moradia.

Este, que é atualmente o movimento de resistência mais importante dos estudantes na universidade, vem sendo atacado constantemente pela burocracia universitária e, mais uma vez, está sob ameaça de um mandado de reintegração de posse concedido pelo poder judiciário. O que, se realizado, significa enfraquecer a resistência no interior da universidade.

Mas, o movimente é forte e segue adiante por uma universidade livre, de qualidade e gratuita, voltada aos interesses dos trabalhadores e seus filhos. Por isso, é fundamental que todos os estudantes, trabalhadores e organizações que defendem a universidade pública a serviço dos trabalhadores, nesse momento, se coloquem efetivamente ao lado do movimento pela retomada do bloco G do CRUSP (Moradia Retomada) para que este, diante de mais essa ameaça, se fortaleça e inspire outros processos de luta no interior da universidade.

O apoio e resistência, avançando na luta por permanência e assistência estudantil educação livre, gratuita para todos!